quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Abrindo o coração

Alguém no Brasil me disse que na India você chega onde sua forca te leva, você tem que querer, e ela então te da. Eh fato! Nada aqui eh sinalizado, explicado ou pre informado. Você tem que perguntar. E perguntar, procurar, descobrir, tudo isso exige esforço, paciencia, coragem... Eh assim que a India te ensina. Eu as vezes posso ser muito fechada, tímida, e ontem me deparei com um texto muito interessante no face do Wildsom Ribeiro. Nele o autor diz que timidez nada mais eh que uma fuga, um lugar seguro para aqueles que tem medo de errar, de se expor, de sofrer, de não agradar. Eh um disfarce para nossa inflexibilidade e perfeccionismo. Aqui não há espaço pra isso, a não ser que você queira passar de liso pela India, e eu não quero.
Agora estou em Auroville, uma espécie de cidade auto sustentável no meio da floresta em Pondecherry, leste do pais. Nela vivem seguidores de Sri Aurobindo e The Mother, os idealizadores desse lugar, que pregavam a espiritualidade acima de qualquer religião. Ela eh formada por varias pequenas comunidades, definidas de acordo com seus interesses, ecologia, agricultura, yoga, meditação, plantações orgânicas, artes, etc... O lugar eh muito legal, tem gente do mundo inteiro (mais franceses) e, apesar de muito simples, foge bastante da realidade indiana. E você tem que correr atras! Eh tudo espalhado e nem sempre bem organizado. Nesse meu processo de abertura, ao qual o Dr. Ornish chamou no livro que estou lendo, Love & Survival, de abertura do coração, baixando todas as suas defesas emocionais e se permitindo ficar vulnerável, botei a cara no mundo. Estava achando aqui meio chato, sem muitas opções. Acordei e, mesmo debaixo de chuva, sai procurando não sei o que, o que fosse pra eu achar. Achei pérolas, pessoas, cursos, aulas ( tenho só ate domingo pra fazer todos!), visitei por fora o Matrimandir, um centro de concentração maravilhoso e terminei com uma consulta com uma medica de yoga terapia. Minha intenção era so pedir uma serie de asanas, pranayamas, dieta e recomendações para "problemas femininos", para usar em projeto que ando formulando. Assim que eu entrei ela me olhou e falou: hum, por trás desse sorriso grande mora um coração partido! Qual
eh o problema? Levei um tempo pra me recuperar do impacto da frase, mas consegui responder: talvez não more mais um coração partido, mas com certeza um coração em reconstrução! Falei o que eu queria e no final ela falou: "go, go and meditate, you are on the right path." Acho que eu precisava ouvir isso! Sai feliz da vida, leve, agradecendo por cada oportunidade que estou tendo, por tudo que tenho recebido dessa terra (talvez eu pudesse passar sem as duas lagartixas que dividem o quarto comigo, rsrsrsrsrsrs).
Amanha farei um visita dentro do Matrimandir, dizem que eh maravilhoso, todo branco, com uma bola de vidro no centro que reflete a luz do sol. Nenhuma imagem, incenso, oferenda, nada, apenas silencio absoluto. Depois conto como foi...
Filha linda, querida, mamãe te ama muito. MQTM! Saudades, beijo no seu coração.

4 comentários:

Kátia disse...

Lú, estou vibrando com sua viagem! Espero que continue transformando cada desafio em oportunidade de aprendizado. beijossssss

Katia Bueno disse...

Oh amiga amei os seus relatos!!!! Viva intensamente tudo isso!!!!! Amo vc demais!!!! E em matéria de coragem e superação vc e fantástica!!!!

Anônimo disse...

Isso aí, Lú. Siga em frente...Pra você a minha frase do momento:"Pedras no caminho? Guardo todas... Um dia construo um castelo." Bjs, Beth

Josi disse...

Amiga!!Estou lendo um livro com sua viajem!! Fico sempre esperando a proxima postagem!!Estou amaaaaaaaaando!!! Eu também não consigo dividir o mesmo ambiente que uma lagartixa!! Pra mim ela é uma pessoa que eu não consigo ficar perto!! bjos